sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Amor por cogumelos

Cogumelos são seres da floresta, assim como as fadas e os gnomos. Brincadeira! Cogumelos são fungos. E fungos não são bicho nem planta. Essa ideia por si só é inconcebível na minha cabeça de humanista da história e das letras. Mas enfim...

Cogumelos servem para comer, chapar ou se envenenar – uma coisa de cada vez. Os de comer são divinos, um ingrediente do meu top 5. Os outros eu não conheço, e dizem que são bem perigosos aos desavisados que não sabem diferenciar um “cogu” comestível de um venenoso.

Da minha parte, acho seres fascinantes e gostaria de poder, à primeira vista, reconhecê-los. Sim, porque no Brasil também temos vários tipos de cogumelos, mas nunca vi nas livrarias literatura especializada que me ajudasse nessa tarefa, ao contrário de EUA e Europa, por exemplo, que têm ótimas obras sobre o assunto.


Há algum tempo fotografo cogumelos que encontro pelo caminho. Só nas plantas aqui de casa (e moro em apartamento!) já registrei 4 tipos diferentes:





Também flagrei outras espécies num vaso na empresa onde trabalho (em São Paulo), em Monte Verde (MG) e até na floresta encantada de Brocéliande (Bretanha, França). Sim, sim! Eles não são lindos?




Além disso, a internet tá cheia de coisas legais sobre os cogus, como o Atlas des Champignons (em francês) e as imagens da Fotopedia (em inglês).

Vale lembrar: o reino Fungi, ao qual pertencem os cogumelos, também engloba serezinhos que causam micose nas unhas, frieiras nos pés, candidíase nas partes, bolor no pão, além de muitas outras coisas paradoxais, como fazer fermentar o pão e a cerveja, e criar pintas azuis no gorgonzola. A lista de proezas dos fungos vai longe.

Se entrarmos no campo da culinária, há uma infinidade de preciosidades (encabeçadas pelas trufas italianas) e receitas. Recomendo uma que fiz em 12/12/2005, inspirada numa receita de Jamie Oliver. Naquele dia, por coincidência, comi assistindo na TV, pela primeira vez, a O Senhor dos Anéis e me senti uma comensal de Frodo!

E vamos à receita, senão vou escrever um livro sobre cogumelos!

SHITAKE MÁGICO
Para 4 pessoas normais ou
2 alucinadas (me incluo nesta categoria)



400g de shitake fresco
2 colheres (sopa) de manteiga
2 dentes de alho
1 colher (sopa) de salsinha picada
1 colher (sopa) de gengibre fresco ralado
algumas gotas de molho de pimenta vermelha
shoyu
azeite
pimenta-do-reino (opcional)

Deixe a manteiga ficar bem molinha antes de começar a preparar. Pique muito finamente os dentes de alho e faça uma pasta misturando-os com a manteiga, a salsinha, o gengibre e o molho de pimenta.

Limpe os shitakes com uma escovinha macia ou um pano limpo levemente umedecido. Não lave em água corrente, porque os shitakes são como esponjas e podem ficar moles e encharcados. Se preferir, corte os cabinhos dos maiores, porque são mais duros. Eu deixo inteiros mesmo.

Forre uma fôrma com papel alumínio, de modo que sobre papel dos lados para fechar como se fosse um envelope. Ajeite os cogumelos virados com os cabinhos para cima. Pingue gotas de shoyu neles, mas cuidado com o exagero - shitakes são sensíveis a sal e excesso de temperos. Ponha pelotinhas da pasta de manteiga sobre os shitakes. Salpique um pouco (pouco mesmo) de pimenta-do-reino, se quiser. Por fim, regue tudo com um fio de azeite. Feche o papel alumínio como um envelope.

Leve ao forno médio preaquecido por cerca de 10 minutos ou até os shitakes estarem macios. É rapidinho. Para acompanhar, eu servi com espaguete com bacon, cebola e um bocadinho de creme de leite. Mas também pode ser um bom acompanhamento para carnes, para risoto, ou para nada também, porque puro é ÓTIMO!

Um comentário:

Anônimo disse...

Sou apaixonada por cogumelos ... adorei seu texto, as fotos e principalmente a receita. Vou experimentar.
Beijos!